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Nina Silva: BREAKING BARRIERS FOR WOMEN IN BUSINESS

03/07/2023 Equipo South Summit
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INSIGHTS DA NINA SILVA'S TALK AT SOUTH SUMMIT BRASIL 2022

Nina Silva, fundadora do Movimento Black Money, subiu ao palco do South Summit Brasil 2022 para discutir a falta de diversidade no mundo dos negócios e a necessidade de "novos futuros possíveis". A trajetória de mais de duas décadas de Silva no mundo corporativo foi marcada pela falta de referências e de autonomia para contratar, tanto em termos de gênero quanto de raça. Ela destacou o ambiente hostil que vivenciou nas multinacionais brasileiras e americanas onde trabalhou, enfatizando a estrutura inexistente no Brasil que impede que a meritocracia se torne realidade e que os talentos sejam aproveitados da melhor forma.

O discurso de Silva lança luz sobre a dura realidade da diferença salarial no Brasil, onde de acordo com o IPEA2013, os homens brancos ganham $2721,99/mês, as mulheres brancas ganham $1826,06/mês, os homens negros ganham $1512,27/mês, e as mulheres negras ganham apenas $1054,46/mês. A falta de referências e de autonomia para contratar contribui para a desigualdade salarial, bem como a falta de representação das mulheres e das pessoas de cor em posições de poder.

Silva enfatizou a necessidade de quebrar os padrões nos espaços de poder, onde apenas 16% das mulheres ocupam cargos nos conselhos de administração de grandes empresas. Esses cargos são ocupados, na maioria das vezes, por homens caucasianos cisgêneros, perpetuando o ciclo de desigualdade no mundo dos negócios. No Brasil, os homens representam 88,80% da composição dos conselhos de administração por gênero, enquanto as mulheres ocupam apenas 12,20%. Essa falta de diversidade prejudica o andamento das empresas, como demonstra um estudo da consultoria McKinsey, que constatou que uma maior diversidade resulta em 25% a mais de caixa para os acionistas e 35% a mais de renda no caso da etnia.

Silva destacou também o tema actual do racismo e misoginia, apelando a uma maior expansão da diversidade nas empresas para ajudar a aumentar os seus lucros. De acordo com números, a discriminação de género custa cerca de 500 milhões de reais por ano e a discriminação racial custa 800 milhões de reais por ano. "Temos de deixar de ser burros e começar a ganhar dinheiro real para os bolsos de todos", disse Silva.

Apenas 1% dos investimentos feitos globalmente são destinados a empresas fundadas por negros e latinos, enquanto entre as mulheres, apenas 2% recebem financiamento. É necessário incluir todas as pessoas, sem deixar nenhum grupo de fora. Numa sociedade que já se assume como 5.0, há também a necessidade de uma maior visibilidade das pessoas trans nos sectores empresarial e de inovação. A falta de representação e visibilidade das pessoas trans impede-as de atingirem todo o seu potencial e de darem contributos significativos para o mundo empresarial.

Em conclusão, a palestra de Nina Silva no South Summit Brazil 2022 enfatizou a necessidade de inspirar, espelhar e transformar para construir um novo futuro. Quebrar barreiras para as mulheres no mundo dos negócios é um passo necessário para criar uma sociedade mais diversificada e inclusiva. É hora de agir e promover mudanças reais no mundo dos negócios para garantir que todas as vozes sejam ouvidas e todos os talentos sejam reconhecidos.